terça-feira, 3 de junho de 2014

Dos amores incondicionais...

Há quatro anos, precisamente por esta altura, entrava pela minha casa um gato branco, pequenino, que a minha melhor amiga me deu. Prometi-lhe tomar conta dele como se de um filho se tratasse. Nome: Simão. Simão cresceu, foi tratado como um príncipe e como tal criou personalidade forte. Não se dava com toda a gente, gostava de dormir dentro da fruteira, tinha hora para ir deitar e chateava-me até irmos dormir, era esquisito com a comida, era snob, não gostava de festas nem beijos e tinha ciumes doidos do M.
Estava previsto ir comigo para a casa nova e até já tinha dito ao M. que a escada da rua tinha de sair de lá, porque ele podia fugir, até pesadelos tive com isso. Era ele que me esperava a porta quando eu chegava a casa, era ele que dormia ao meu lado, era ele que detestava, era a ele que punha protector nas orelhas e no nariz para não se queimar com o sol. E agora???

Simão partiu para o céu dos gatos, há duas horas, com um ataque fulminante. A R., minha melhor amiga, quem me deu o Simão e que é veterinária, fez o possível e o impossível para que não fosse fatal, mas quando chegamos a clínica ele já não estava entre nós.  Não consigo apagar da memoria o telefonema do meu irmão, porque eu ainda não tinha chegado a casa, para ligar a R. rápido porque o Simão tinha tido um ataque repentino e estava desmaiado. E enquanto eu bebia as lágrimas e largava as compras a toa, a R. voava no Fiat Punto dela para chegar a tempo. 

As lágrimas não param de me correr, era o meu amigo do coração...









2 comentários:

ádescávir disse...

Sinto mesmo, mesmo muito ='( Sei o que é perdermos este amor incondicional, e sei que custa tanto =( Um grande beijinho.

Anónimo disse...

Lamento tanto, tanto.
Tenho a certeza que teve uma vida muito feliz, como todos os bichinhos deveriam ter, apesar de mais curta.
:(