segunda-feira, 7 de julho de 2014

As vezes gostava de ser uma pessoa sem filtro, daquelas que diz tudo o que pensa seja para o bem ou para o mal, mas, infelizmente, tenho bastantes filtros na minha mente e só consigo ser espontânea para o bem. Quando gosto a serio toda a gente percebe, tamanha é a minha cara de felicidade, quando não gosto consigo fazer a minha cara mais descontraída possível e dizer que adorei, mesmo que não tenha gostado nem um bocadinho do que me foi dito ou dado ou feito.
Ora dizia eu, que gostava de ser uma pessoa de coração na boca, como se costuma dizer. Por vezes até sou! Quando estou irritada com alguma coisa, sou capaz de dizer as piores coisas, sou capaz de dizer verdades que tiram o tapete a qualquer um, sou capaz de ser irónica como ninguém e sou capaz de ser fria o suficiente para dizer tudo sem que a voz me trema. Mas, infelizmente irrito-me poucas vezes ( e com poucas pessoas) e geralmente não o suficiente para ser capaz de despoletar o pior que há em mim. Infelizmente. É por isto que maior parte das vezes fazem o que querem de mim. Sou um coração mole e não raras vezes acabo por me arrepender do que já saiu boca fora. Basta virem com falinhas mansas para mim e num ápice já está tudo sanado e esquecido, o que acaba por, invariavelmente, levar a que mais dia menos dia acabem por abusar outra vez, seja novamente obrigada a irritar-me e a dizer coisas das quais não vão gostar e ficar aborrecidos comigo por tempo indeterminado ou a precisar que eu resolva alguma coisa. E eu estou a começar a fartar-me de ser assim. Pau para toda a obra e cobrarem-me mais e mais e quando digo que não é logo o fim do mundo e acabo por dar a volta a questão, privar-me de fazer e dizer certas coisas para que não haja mais conflitos.
Desta feita, mesmo que o ano já vá a meio, não me interessa. Tomei a decisão de que tenho de aprender a dizer não, daqueles grandes e redondos, que ninguém gosta de ouvir e que não me fiquem a remoer por dentro. Isso e deitar fora os filtros que tenho. As vezes gostava de não ter tanto bom senso e educação. Seria tão mais feliz e andaria tão mais leve...

1 comentário:

Inês S. disse...

Eu era uma dessas tais pessoas de "coração na boca", o que nem sempre era bom e acabava por magoar certas pessoas com algumas respostas demasiado sinceras. Agora aprendi a controlar-me um pouco, continuo a dizer o que realmente penso mas só se for mesmo necessário.