Tem dias que acordo com a força de quem consegue mudar o mundo só com um estalar de dedos, com aquele sentimento de que basta a vontade, e se há coisa que não me falta é vontade, para mudar todo o rumo do sentido que o universo nos traçou. Mas depois o próprio do universo encarrega-se de me fazer perceber que não mando nada, nem sequer no ar que respiro e aprende mas é a agradecer aquilo (pouco) que já tens e não te queixes mais que ainda há quem esteja pior. E eu resigno-me. E depois remexo-me na cadeira e penso que não, não nasci para ser resignada, nem tão pouco me contento com qualquer coisa, que não pode ser porque quem manda na minha vida e nos meus pensamentos ainda sou eu e que se eu quero ir para a direita vou para a direita, mesmo que isso me custe depois meses de arrependimento, que acabam por passar, assim espero. Só Deus sabe a vontade que tenho de dar um salto, grande, de deixar para trás todo o passado recente e recomeçar do zero... não do menos zero, porque afinal este ano que se previa melhor que o anterior e cheio de projectos, acabou por se revelar pior em grande escala. Mas depois, mesmo quando tenho todos os motivos para cagar de alto em tudo e em todos, porque na verdade eu sou nariz empinado, mas só de fama porque tenho o coração mais mole que manteiga no verão, e acabam por fazer de mim o que querem e o que não querem porque não sei dizer um basta, quer dizer, até sei, e até hoje só o disse uma vez, há alguns meses e logo em letras grandes, mas que até hoje (embora não o demonstre) me vou arrependendo e que me culpo por te-lo dito. Que se não o tivesse dito, não teria tido outras consequências que não vêm agora ao caso, mas que poderiam muito bem ter afectado a minha saúde mental, que afectaram, mas que nem falo nisso para não mandar já tudo ao ar.
Agora que vocês já estão baralhados com esta conversa e eu mais levezinha com este desabafo, tenham o resto de bom dia e agasalhem-se bem porque o frio veio para ficar!