segunda-feira, 27 de abril de 2015

Das entrevistas de emprego

Novidades não há. Continuo na minha condição de, infelizmente, desempregada. A minha vida passa por enviar Curricula de manhã a noite. Raramente sou chamada para qualquer entrevista, mas hoje foi o dia. Foi o dia em que respondi a uma oferta para vaga de escritório, para inserção de dados, foi o dia em que meia hora depois me ligaram a marcar entrevista e foi o dia de ir a entrevista. Em Lisboa.
Pois que quando lá cheguei já lá estavam alguns candidatos. Tudo muito certo, não fosse o facto do entrevistador estar atrasado. Logo aí, mau presságio. Preenchi a ficha de inscrição que outra candidata me disse que tinha de preencher, porque não havia ninguém que nos informasse de nada, andavam por lá a desfilar uns quantos, de nariz empinado, mas incapazes de ajudar no que quer que fosse. Quando olhei para uma das paredes tudo me fez sentido e pensei "vou largar isto e vou mas é embora", mas não, acabei por me ir deixando ficar e trocar umas quantas considerações com os outros candidatos. E o que é que estava na parede que quase me fez mudar de ideias??? Uma cartolina com umas frases altamente motivadoras para quem anda a bater de porta em porta. (sem desprezo para quem trabalha nisto)
Desconfiados que estávamos, porque ao fim ao cabo já são muitas pelas ventas, fomos comentando o anuncio que tínhamos visto, para ver se batia certo com o que nos iria ser proposto. Até que, já fartos e com mais do que uma pula atrás da orelha, quando o segundo candidato foi chamado perguntámos afinal para que era a entrevista. Pois que era para, veja-se, andar de porta em porta a vender contratos de gás. (mais uma vez, nada contra) Ora eu, que posso desenrascar-me muito bem para muitas coisas, mas que sou um zero a esquerda no que toca a impingir o que quer que seja às pessoas, decidi que a minha caminhada tinha terminado ali. Eu e mais três. Digamos que o senhor ficou com as entrevistas feitas em segundos. O senhor ainda replicou que a oferta estava bem explicita, mas perante quatro pessoas a dizer que não, que não tinha sido para aquilo que responderam ele não teve hipótese e teve de assumir o erro. E porque é que vim embora se preciso de trabalho?? Perguntam vocês... Pois que vim embora porque, em primeiro lugar, não tenho o mínimo sentido de venda, muito menos por comissão. Sou daquelas pessoas que sabe trabalhar numa loja e vender os produtos que ali estão, mas não sabe vender gato por lebre nem impingir o que quer que seja. Em segundo lugar, porque acho de uma falta de respeito para com quem anda a procura de emprego, as ofertas de emprego ludibriarem completamente o candidato, ou seja, oferece-se emprego para uma coisa, a pessoa, na sua inocência responde e quando chega é confrontada com uma realidade totalmente diferente do que estava no anuncio. Como é que não há ninguém que fiscalize isto? Existem tantas entidades para tudo e mais alguma coisa, não há para isto?

A reter desta situação: sempre que responder a uma oferta de emprego vou tirar fotografia ou imprimir o anuncio, para que não se dê o caso de apagarem mais tarde e não termos como sustentar a reclamação.

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